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III. A PESQUISA DE SAMUEL FEUERHARMEL

O perito em Grafotecnia da Polícia Federal brasileira fez um trabalho buscando o grau de incidência de determinadas formações estruturais de letras e números, no estudo que se resume a seguir:
Foram tomados 321 (trezentos e vinte e um) grafismos de indivíduos adultos, com grau de instrução superior em diversas áreas, os quais estavam cursando pós-graduação em Perícia Judicial. Os pesquisados, que não se identificaram durante a tomada dos grafismos, fizeram lançamentos isolados de números e de algumas letras de forma (imprensa) maiúsculas, sem que tivessem conhecimento do uso que tais escritas teriam, apesar dos estudos realizados por Feuerharmel terem como escopo a determinação de autoria de manuscritos a partir da acentuação gráfica e da forma de construção de dígitos e letras, cuja conclusão foi apresentada na Revista nº 37 da APCF – Associação dos Peritos Criminais Federais. Os resultados da pesquisa analisam a formação dos números de 0 a 9 e das letras A, E, F, H, I, O, P e duas formas de construção da letra T, agrupando-os como demonstrado abaixo. O estudo, que se limitou à análise dessas letras, procurou nelas, principalmente, o sentido da escrita dos traços verticais e/ou horizontais. O resultado, como apresentado, já indica os porcentuais dos métodos de formação de cada dígito em suas diferentes formas de construção, além de como será identificado esse método de construção na tabela de frequências.

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Figura 1 - Construção dos números "0", "1", "2" y "3", os que apresentam somente duas formas (A e B) basicas de construção. (Feuerhamel, 2016)

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Figura 2 - Construção do número "4", pois apresentou oito formas de construção, (A, B, C, D, E, F, G e H) (Feuerhamel, 2016)

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Figura 3 - Construção do número "5", que apresentou quatro formas de construção, (A, B, C e D) (Feuerhamel, 2016)

Associação Grafo Brasil 3
Figura 4 - Construção do número "6", que apresentou duas formas de construção, (A e B) (Feuerhamel, 2016)

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Figura 5 - Construção do número "7", que apresentou quatro formas de construção, (A, B, C, D e E) (Feuerhamel, 2016)

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Figura 6 - Construção do número "8", que apresentou três formas de construção, sendo uma em sentido anti-horário, uma em sentido horário e uma formada por dois círculos superpostos, sendo que esta última forma foi desprezada (Feuerhamel, 2016)

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Figura 7 - Construção do número "9", que apresentou quatro formas de construção, (A, B, C e D) (Feuerhamel, 2016)
As imagens acima permitem criar uma tabela com as frequências obtidas, observando que a cada formação corresponde uma letra que a identificará daqui por diante.

Associação Grafo Brasil 7

Tabela 1 - Frequências observadas quanto ao método de construção dos dígitos estudados (n=127 para o "8" e 160 para os demais). Os métodos de construção indicados por letras nesta tabela estão representados nas figuras 1 a 7 (Feuerhamel, 2016). Quando se trata do número “0” foi observado no sentido do traçado horario, que o local do ponto de ataque apresentou uma frequência de 96,9%, o que gerou uma sub distribuição de frequência como pode ser observado abaixo:

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Figura 8 – Subclassificação das frequências de ataque na formação do número "0" quando escrito em sentido horário (Feuerhamel, 2016). A exemplo do que foi feito com os números, as letras de imprensa maiúsculas escolhidas para estudo tiveram sua frequência de construção de alógrafos estabelecida, conforme se mostra abaixo.

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Figura 9 - Alógrafos das letras A, E e F, cada um apresentando duas formas básicas de construção possíveis. (Feuerhamel, 2016)

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Figura 10 - Alógrafos das letras H, I e O, cada uma apresentando duas formas básicas de construção possíveis. (Feuerhamel, 2016)

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Figura 11 - Alógrafos das letras P e T. As formas de construção da letra T consideram se o instrumento escritor foi levantado ou não. (Feuerhamel, 2016)

Associação Grafo Brasil 11

Figura 12 - Frequências dos alógrafos das letras estudadas

Os resultados da pesquisa de Feuerharmel, a qual foi direcionada para a possibilidade de estabelecer, ou não, a autoria de manuscritos a partir de sinais de acentuação e números de construção exótica, foram publicados na revista da APCF e apresentados no XIV Seminário de Documentologia realizado em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, em 2016.