Antes de falar das diferenças na qualidade de digitalização, vou contextualizar o cenário da redação em papel e digitalizada.
A grafologia realiza a análise da escrita no papel, e é inegável o quanto se ganha quando a redação em papel está nas mãos do Grafólogo. O olho humano é a melhor lente que existe e utilizando ferramentas como lupas, sejam de vidro ou digital, é possível alcançar uma riqueza de detalhes incríveis.
Até antes da pandemia, era impensável realizar uma análise grafológica por imagem, pois, como dito anteriormente, ter o papel para tocar a escrita se fazia necessário.
Mas, chegou a pandemia e o isolamento, o mundo começou a se ver de forma plana e não mais tridimensional, passamos a nos conhecer em uma tela recortada por vários quadrados, somente dos ombros para cima. Realizar um contato pessoal se tornou algo arriscado, entrevistas de emprego num clique de um link, sem precisar se deslocar até a empresa, gastando tempo e dinheiro.
E, agora grafólogos? Como fazer uma análise sem poder ter a redação em mãos?
O próprio código de ética da Associação Grafológica Grafo Brasil, em seu artigo 4º dizia o seguinte:
4. A grafologia é uma ciência humanista e uma técnica de observação e interpretação que possibilita o estudo da personalidade pelo exame de um manuscrito.
O grafólogo trabalha somente com manuscritos, cuja autenticidade não possa ser posta em dúvida, estudando a personalidade, inclinações e comportamento do autor; e fará o seu trabalho somente em atendimento a uma solicitação feita em caráter profissional ou particular. O grafólogo se recusará a trabalhar com cópias ou reproduções dos manuscritos, aceitando somente os originais.
Experientes grafólogos no Brasil se movimentaram em prol da ciência grafológica e chegaram à conclusão de que é possível validar uma escrita de forma digital. Com isso e com fundamentação, a redação do artigo 4º do código de ética passou a ter a seguinte redação:
4. O grafólogo originalmente trabalha com manuscritos, cuja autenticidade não possa ser posta em dúvida, estudando a personalidade, inclinações e comportamento do autor; fará o seu trabalho somente em atendimento a uma solicitação feita em caráter profissional ou particular. O grafólogo poderá trabalhar com cópias fidedignas scanneadas no mínimo com 300dpis. Podendo haver acesso ao original em tempo hábil perante o analisando, este será o documento prioritário para o perfil.
Leiam a matéria completa no blog da AGGBR: https://associacaografobrasil.com.br/blog/55-justificativa-da-mudanca-no-codigo-de-etica
Após essa breve contextualização do cenário, vamos ao assunto do título da matéria, que é sobre a qualidade da digitalização. No artigo 4º, determina no mínimo qualidade de 300dpis.
Primeiramente, vamos definir o que é DPI, que é uma abreviação do inglês Dots per Inch, traduzindo Pontos por Polegada. Uma polegada tem 2,54cm e de forma muito simplista aqui, 300dpis seria colocar 300 pontos em um traço de 2,54cm.
Logo, quanto mais dpis for a digitalização, mais nítido ou preenchido será esse traço, aumentando a qualidade da imagem, consequentemente, aumentando o nível de detalhes a serem observados.
Fiz um teste de digitalização num equipamento de uso doméstico, uma multifuncional Canon modelo G3110, onde eu digitalizei em pdf a mesma redação em 150dpi, 300dpi, 400dpi, 600dpi e 800dpi, confesso que fiquei surpreso com os resultados.
Nessa primeira amostra, o print foi tirado com o zoom em 100%, ou seja, tamanho original da digitalização.
Agora na próxima amostra, vamos observar as imagens ampliadas em 300% no PDF.
Analisando e comparando as imagens, a qualidade de 300dpi já dá uma boa qualidade para observar os traços.
Na minha opinião, a qualidade ideal nesse comparativo é a de 400dpi, que apresenta uma nitidez maior em relação à de 300dpi.
A partir de 400dpi, as melhoras são sutis e pelo tamanho do arquivo não se justificam utilizar, pois, consumirá mais espaço em disco para armazenamento, bem como, começa a dificultar transmitir o pdf por e-mail.
Vamos Grafologar em Grafologuês!!!
Por Alexandre Horimi